A cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, se prepara para a realização do 1° Campeonato Internacional de Drift — previsto para acontecer no dia 23 de janeiro. Segundo os organizadores, a presença de pilotos do Brasil e Japão já está confirmada e, em 2011, estão previstas seis etapas do certame. Datas e locais ainda não definidos. O valor do ingresso ficou estabelecido em 2 kg de alimento não perecível.
Mais informações:
Adrenaline Motorsport
Comercial: (17) 3223 1701
Celular: (17) 9180 2474
E-mail: adrenallinemotorsport@hotmail.com
Cronograma do evento:
Data: 23 de janeiro de 2011.
Local: Associação das Auto Escola de São José do Rio Preto (próximo a Cidade das Crianças).
Abertura dos portões: 08:00hs.
Encerramento: a partir das 16:00hs.
Classificação: livre para todas as idades.
Drift e Atrações:
Troféus, medalhas e prêmios para os 3 primeiros colocados.
Narração do Campeonato e juízes do Japão para as pontuações.
Etapa de classificação e a Corrida Final:
Das 10:00hs as 11:00hs.
Corrida de duplas:
Das 11:00hs as 12:00hs.
Show ao vivo:
Das 12:00hs as 13:00hs.
Pódio para os ganhadores e premiação
Das 13:00hs as 14:00hs.
Corrida de apresentação do Drift, com convidados como passageiros
Das 13:30hs as 15:00hs.
Especializada em revestimentos de fibra de carbono, a americana Tecnocraft criou um kit de acessórios para o Lamborghini Gallardo. De acordo com a empresa, o conjunto é composto por aerofólio, painéis de motor, caixas de ar, saias laterais… Até os bancos são confeccionados com o material. Os componentes reduziram o peso do esportivo em 136 kg, elevando naturalmente sua esportividade. Outros projetos no site da especialista:
FULLPOWER invade novamente o deserto de sal de Bonneville, nos Estados Unidos, para a Speed Week, evento repleto de bólidos em vôos rasantes a mais de 600 km/h
O sol começa a nascer no deserto de sal de Bonneville, na cidade de Wendover (Estados Unidos) e a superfície gigantesca e mais branca que neve dói nos olhos. O calor arde na pele nos primeiros minutos do amanhecer. O ouvido atenta para os motores quatro, seis, oito, dez e doze cilindros mais velozes do mundo sendo acertados. E é apenas o começo: um dia inteiro (dos seis de medição) significa as melhores 24 horas que um apaixonado por performance e motores pode passar.
E por incrível que pareça, o maior evento de quebra de recordes de velocidade do mundo, que é organizado anualmente desde 1 949, mantém características amadoras.
Ou seja, muito melhor que aquele “embaço” de provas cobiçadas como F-1, Indy, Nascar, Stock Car, onde o espectador senta na arquibancada sabendo muito pouco sobre a prova e tem acesso zero a qualquer pit-lane… Em Bonne, amigo, ninguém fica perdido! É pagar a entrada (US$ 10/dia) ainda no asfalto, dirigir por quase 10 quilômetros do mais puro sal grosso até chegar à área dos boxes e abordar quem quiser: da equipe mais simples, até a mais endinheirada, pode-se conversar com piloto, preparador, esposa, filhos, passar a mão no cachorro ou qualquer outro bicho que seja mascote do time.
Nossa trupe, com João “Dione” Mantovani nos cliques e João “Prático” Gaspar na filmagem — assista aos vídeos produzidos pela Motormovie em revistafullpower.com.br —, conseguiu falar com inúmeros competidores, entre eles Bobby Moore, piloto do Chevrolet Corvette mais rápido do mundo. Há anos na batalha por recordes — em 2 002, na primeira visita da FULLPOWER ao sal, já havíamos falado com ele —, Bobby acelerou fundo com nova mecânica V8 aspirada, 8,2 litros e 1 200 cv, queimando metanol. Depois de comprar o carro em 1 996, o piloto acelera anualmente no ex-lago salgado. Sua passagem mais veloz aconteceu em 2 004, a 436,6 km/h. Ele também detém outros dois recordes no seleto “Clube das 200 MPH”, pilotos que já passaram dos 320 km/h na pista branca. Este ano, Moore não bateu sua melhor marca. Experimentou pneus mais altos, de 23 a 25 polegadas de diâmetro, e uma relação mais longa no câmbio de cinco marchas. O motor demorou para “encher” e as velocidades desejadas não apareceram. Pena, Bobby, fica para a próxima!
Cada participante pode acelerar o quanto quiser, desde que obedeça à fila no pré-alinhamento. Do sábado até a sexta seguinte, há quem dê até 25 puxadas. Cada tentativa bem sucedida exige uma nova puxada, na manhã seguinte, para atestar o recorde — logo cedo, o sal fica mais denso, melhorando a tração e facilitando quebras de recorde. As equipes sabem se atingiram a marca desejada através da rádio oficial do evento (no pit-lane há falantes para informar aos visitantes também).
Na pista curta, de cinco milhas (ou oito quilômetros), apenas três áreas são cronometradas: o quarto de milha inicial da segunda milha e a mesma milha completa, além da milha número 3. Já na longa, de sete milhas (mais de 11 quilômetros), quatro medições: quarto de milha inicial da terceira milha, além de ler completamente as milhas três, quatro e cinco. Percorrer qualquer milha de medição acima de .001 milha/hora de um recorde existente elege o piloto e o veículo para a puxada que atestará uma nova marca. A média dessas duas largadas, acima do antigo recorde, garante o sucesso da aventura.
Pode parecer fácil, mas está bem longe disso! Segundo Steve Burns, de Ukiah (Califórnia), uma simples falta de sensibilidade faz com que a roda traseira de sua Suzuki GS 1100E, fabricada em 1 982, patine demais a qualquer acelerada antes da hora. “Em sexta marcha, acelerar fora do tempo me tira cerca de 30 km/h em relação ao que realmente a moto poderia andar”, comenta o californiano de 57 anos. Ou seja, a moto está indo a 300 km/h, porém a roda traseira está girando a mais de 330 km/h. Com a pouca aderência da superfície “lunática”, experiência e sensibilidade contam mais do que potência bruta e pé (ou mão) cravado para chegar aos recordes. Burns detém o recorde em uma das dezenas de categoria de motos, com 303 km/h. Resumindo, para andar forte e entrar para o seleto grupo de recordistas é preciso anos acelerando de tudo. Daí a razão de 90% dos 552 inscritos (377 carros e 175 motos) terem mais de 60 anos de idade, a maioria antigos participantes de diversas modalidades.
Cabeçudos
Apesar de ser um evento organizado há décadas e ter poucos patrocínios, vira e mexe uma montadora se arrisca em Wendover. A Chevrolet já levou carros de rua preparados e outras loucuras, enquanto a Honda investiu para andar com seu bólido de F-1 a 403 km/h. Este ano foi a vez da Ford. Em parceria com a Universidade de Ohio, a Roush (especializada na preparação de motores) e a Ballard Power Systems, um Fusion equipado com célula de combustível — uma das alternativas para alimentar um veículo no futuro, utilizando hidrogênio — chamou bastante atenção. A iniciativa rendeu: o piloto veterano Rick Byrnes fez a média de 333,1 km/h a bordo do sedã ecologicamente correto.
A Nish Motorsports está longe de ter o poder de fogo de um grande fabricante de veículos, mas no universo de Land Speed Racing (as corridas de velocidade máxima sobre rodas) é uma das mais respeitadas. Em 2 007, a “família mais rápida do mundo” — o fundador, Terry Nish, sua esposa e seu filho detém 14 recordes — pretendia bater nas 425 mph (677 km/h) com o Royal Purple. Mesmo após várias tentativas, o recorde não veio: a melhor marca ficou em 606 km/h, longe do objetivo, mas suficiente para levar o título de mais veloz do ano. Aerodinâmico, o
“streamline” tem 10 m de comprimento e motor Chevrolet big block aspirado com cilindrada aumentada para 11,1 litros. A potência máxima de 2 200 cv é atingida com injeção de óxido nitroso — a equipe não revela a cavalaria isolada do gás.
Simples mortais
O recorde mais lento de Bonneville (50 km/h) é de Jason Arana, a bordo de uma moto de 50 cm3, conseguido em 2 006. Em
2 007, entre os que ficaram nos dois dígitos de velocidade máxima está Gerald Davenport, de 61 anos, a bordo de um Crosley quatro cilindros de 0.700 cm3. Dos 25 cv originais do carro produzido entre 1 939 e 1 952, Gerald e dois amigos conseguiram 19 cv extras e rodaram a 159 km/h na pequena máquina!
Outro trio que se esforça anualmente para sentar o aço no sal é liderado por Keith Copeland, do Arizona. Andando na categoria de esportivos modificados (com motor V8 de 5,8 litros, biturbo e 650 cv) a meta de rodar acima dos 350 km/h virou fumaça: chegaram a 305 km/h com direito a “queima de arquivo”. Na entrada da terceira milha, o forte calor do deserto e do cofre do motor atearam fogo no veículo inscrito sob o número 768. Keith, desapontado, confessou em plena segunda-feira da Speed Week que precisaria de, pelo menos, dois dias para arrumar o carro e voltar a correr. O reparo foi impossível e o 768 ficou fora da festa.
Os conhecidos
Wally Parks, presidente da NHRA, e Robert “Pete” Peterson, fundador da Revista Hot Rod, são ícones nos Estados Unidos. Na verdade, Robert faleceu recentemente, mas viverá entre os rodders para sempre. Eles começaram com as provas anuais no sal há mais de 50 anos. Atualmente, uma das figuras mais conhecidas na prova de Wendover é o customizador Troy Trepanier, criador do Blowfish. Trata-se de um Plymouth Barracuda, fabricado em 1 969, totalmente preparado para LSR. A idéia do proprietário George Poteet era fazer o “door slammer” mais veloz do planeta.
Na estréia do carro, em 2 006, a equipe da Rad Rides By Troy andou a 410 km/h. Este ano, na primeira puxada, no domingo, percorreram uma milha com a média de 462 km/h. Na largada da manhã seguinte, problemas no motor quatro cilindros 2.9 turbo com cabeçote Hemi, impediram a quebra de recorde e o carro teve de ser desmontado, sem tempo para acelerar novamente.
Contos de Bonneville
Já o Chevy Camaro da revista gringa Hot Rod Magazine — a mais antiga sobre carros modificados e responsável pelo crescimento do mercado de performance no mundo — se deu bem após ficar sem bateria em uma das largadas. A categoria dos cupês modificados com motores 8,2 litros ou mais não tinha um recorde anterior. A escolha foi certeira: em poucas largadas garantiram a entrada para o clube das 200 mp/h (320 km/h): rodaram a 400 km/h e ganharam o cobiçado boné vermelho, dado apenas aos que conseguem tal proeza. Qualquer tentativa de comprar o tal “Chapeuzinho Vermelho” será em vão: para ter um igual é preciso ser Lobo Mau ao volante, sem preconceito de sexo ou idade, pode ser até uma Vovozinha…
Mas independente de clube dos mais velozes do mundo, acelerar em Bonneville é coisa para apaixonado. Nós apenas pisamos no sal branco e alucinamos… É simplesmente DEMAIS!
Novidade da Pagani: até então batizado de C9, o futuro esportivo da marca parece ter mudado sua identidade antes mesmo de ser apresentado. De acordo com um relatório da publicação italiana Al Volante, o foguete de quase 700 cavalos será chamado de Huayra — em quechua, idioma indígena da região andina da América do Sul, significa “vento”. Com lançamento programado para o Salão de Genebra, em março, terá mecânica V12 6.0 do Mercedes-Benz SL Black Series AMG. Detalhes no World Car Fans.
A primeira etapa de 2011 do Racha em Interlagos já tem data marcada. Não deixe de participar da festa que reúne os carros de rua mais potentes de São Paulo!
Antes, essa picape dispunha de motor V6 biturbonitro e interior personalizado até o talo! Seis anos depois ela retorna às paradas, com performance de sobra num veoitão 302 e muito estilo!
Em 2004, essa Ranger Splash1995 mostrava ao público de FULLPOWER dois estilos em um único carro: o tuning, já famoso naquele momento, e o DUB, que ninguém sabia do que se tratava. Ganhou a capa da revista (edição 22), sucesso, uma legião de fãs e… Sumiu! Seis anos depois ela ressurge das trevas, ainda nas mãos do curitibano Cristiano Dudeque, porém, reestilizada. A bola da vez é o visual das picapes americanas: socadas, com interior “clean” e motor forte. Para chegar no perfil atual, muita coisa teve de ser feita. Dê a sua nota!
Mas, existe uma explicação para a Splash ter ficado todo esse tempo fora da mídia: ela recebeu um trabalho animal em sua estrutura e a única coisa que sobrou da primeira versão foi a carroceria! O restante é tudo novo, criado “na unha”! “Nós posicionamos o motor e o câmbio no lugar e, a partir daí, a picape foi renascendo”, conta Andrey Jasper, da preparadora curitibana Jasper Motor Garage (responsável pela parte mecânica). Ou seja: chassis, suspensão e parede corta-fogo foram criados em prol do V8 302!
Oriundo dos Ford Maverick, o “5.0” tem bastante coisa fina. Cabeçotes, por exemplo, receberam trabalho nos dutos, além de válvulas especiais (admissão 202” e escape 1,60”), balanceiros roletados Crower, comando Comp Cams mecânico de 294º, entre outros. Para Cris acelerar sem dó, bielas (Scat) e pistões forjados também entraram na dança! “Tive alguns problemas com a mecânica anterior, que era V6 biturbo. Então, já que era para mudar, escolhi um V8 para ficar tranquilo. Como alterei tudo, aproveitei para investir em componentes de alta qualidade”, revela o dono do carro.
Para beber (e queimar) combustível com voracidade, o sistema de alimentação foi revisto. Semelhante a um “alemão bebedor de chopp da Oktoberfest”, o carburador Holley de 750 cfm engole tudo o que vem de gasolina podium — empurrada por uma sarada bomba de 14 psi Holley. Pelos cálculos de Jasper, a Ranger passou (fácil) dos 350 cv, funcionando como original. “Ficou exatamente como o Cris queria: muito potente, com marcha lenta zerada”, garante o preparador. A sessão de fotos deixou bem claro que a picape tem força de sobra! Para levantar toda a fumaça do início da matéria, Cris nem precisou se esforçar: engatou primeira no câmbio C4 automático de três marchas (com diferencial de Ford Explorer, relação de 3.51:1), pisou no acelerador e pronto, lá se foi uma camada do par de Yokohama Advan Sport 245/35 R20”!
Na foto acima, você percebe o quanto o motor invadiu a parede corta-fogo da Ranger, já que o V8 é maior do que o original V6. Esse trabalho, assim como o “recorte” na caçamba, são obras de um funileiro amigo de Cris, também de Curitiba (PR). Pela abertura, o novo chassis fica exposto, permitindo a visualização completa do trampo. É até divertido ver de perto as bolsas da suspensão a ar entrando em ação: um clique no controle remoto e elas esvaziam, fazendo com que os paralamas “engulam” as rodas Foose Ascot. Caso o dono do carro queira rodar com a carroceria lambendo o chão, um sistema (com acionamento manual) alarga os paralamas traseiros e permite que a Ranger se arraste! Vale lembrar que, mesmo na altura máxima, a picape está praticamente socada, exatamente como os projetos norte-americanos.
Lendo até aqui, parece que a picape é o brinquedo que todo mundo queria ter. Mas, para Cris voltar a sorrir (como na foto abaixo), penou bastante e investiu uma grana muito pesada. “Pensei em desistir várias vezes. Muita coisa deu errado e precisou ser refeita nesse projeto. Hoje estou aliviado e feliz, pois tudo está redondo. Mas, se tivesse que fazer de novo, não encabeçaria”, admite.
Bom, voltando a falar de coisas boas… O interior da Ranger, antes parecido com a cabine da nave Enterprise, do filme Jornada nas Estrelas (a versão anterior você confere no quadro acima), agora é clean, com poucos instrumentos (Auto Meter), DVD-player e som da pesada — tudo obra da instaladora curitibana Highway, sob os cuidados de Luis Cláudio, o “Japa”. Bancos não têm mais encostos de cabeça e, como o restante do habitáculo, revelam revestimento de couro sintético.
Se antes a Ranger era utilizada apenas em eventos, hoje ela anda pra valer: “Depois desse stress para chegar à perfeição, nem penso em parar a picape em eventos. Enquanto eu puder curtir com ela no asfalto, farei”, desabafa Cris, finalmente aliviado.
Fiat Bravo é o substituto do Stilo. Na versão T-Jet, usa o mesmo motor turbo do Punto, mas tem opção de booster acionado no painel. Sua missão? Atacar com força o Hyundai i30
Não é segredo que o i30 da Hyundai incomoda a concorrência no segmento dos médios. A Fiat, por exemplo, não hesita em dizer que investiu mais de R$ 300 milhões para retomar o desejo dos consumidores ao lançar o Bravo, fabricado no Brasil praticamente na mesma plataforma do Stilo, lançado em 2002, com produção descontinuada este ano. O nome é forte, assim como a lista de equipamentos e a tecnologia embarcada do italiano, que lembra muito seu irmão mais novo, o Punto. Não apenas pelo visual interno e externo, como também na hora de dirigir.
O carro foi liberado para testes logo após o término do Salão do Automóvel de 2010, onde fez sua primeira aparição no Brasil (já existe na Europa). Serão três versões diferentes para o Bravo: Absolute e Essence são equipados com motor E. TorQ 1.8 e o T-Jet, escolhido para os nossos testes e fotos na pista, já que traz todas as novidades tecnológicas em conforto e segurança que as duas outras versões podem oferecer, além de ser 1.4 turbo, ter novo câmbio mecânico de seis velocidades e um booster eletrônico acionado no painel para aumentar (ou dar) a sensação de esportividade.
Mas não se anime muito, já que o desempenho não chega a ser empolgante. Para quem se recorda da matéria em que aliviamos peso de um Punto para medições na pista (FULLPOWER edição 102, com vídeo no site revistafullpower.com.br), uma notícia: o Bravo é 120 kg mais “gordinho” e usa o mesmo propulsor. Mesmo assim, o prazer ao dirigir e a sensação de esportividade podem ser maiores do que no Punto. Quer saber como? A eletrônica responde. Um botão no painel aciona o chamado Over Booster, que aumenta a pressão de turbo de 0,9 kg para 1,3 kg e tira alguns “filtros” do acelerador eletrônico. Com isso, a potência de 152 cavalos não se altera, mas o torque pula de 21,1 para 23 kgfm. Somado à diferente calibração do acelerador eletrônico, faz uma bela diferença, já que o carro parece “naturalmente aspirado” sem o booster.
Ânimo eletrônico
Além do aumento de 1,9 kgfm de torque, muitos aspectos contribuem para uma tocada diferente com o Over Booster acionado. O carro não muda da água para o vinho. Talvez da cerveja para o vinho. O que já é bom. Uma das “transformações” mais notáveis para o motorista, além da aceleração mais rápida e uma momentânea colada no banco, é a velocidade que o giro do motor sobe quando pressionado o pedal do acelerador. A borboleta de admissão abre mais rápido e o carro fica arisco, com respostas bem interessantes.
A direção, controlada eletronicamente, também fica mais pesada, precisa e direta com o dispositivo acionado, favorecendo para uma tocada mais rápida, com segurança. O novo câmbio de seis marchas, importado da Itália, está lá para suportar o torque extra do booster (a Fiat diz que o antigo de cinco velocidades não suportaria) e ajudar no desempenho, pois tem relação de marchas mais curta e bom escalonamento: o T-Jet acelera de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos e atinge 206 km/h de máxima.
Comparado aos motores 1.8 E.TorQ, são apenas 20 cavalos de diferença e nós achamos que poderiam ser mais. Porém, a Fiat explica que o turbo utilizado já está no limite de pressão. Isto é: 1,3 kg utilizados com o booster acionado é o máximo suportado pelo componente. Para ter mais potência, seria necessário um turbo maior, como existe na Europa. Por aqui, é considerado esportivo se comparado aos 1.8 E.TorQ, mas um downsizing (tendência de motores pequenos sobrealimentados com desempenho de grandes) em relação aos 2.4 que equipavam o esportivo Stilo Abarth, de 167 cavalos.
O T-Jet estará disponível no primeiro trimestre de 2011, com inúmeras opções de cores, rodas aro 17” ou 18” e suspensão mais firme e 20 mm mais baixa em relação às versões Essence e Absolute. Também pode ter o teto solar Skydome, faróis de xenon e até airbags para os joelhos do motorista, num total de sete bolsas para a segurança. Uma freada brusca também dispara o pisca-alerta automaticamente.
Em um teste de pista, avaliamos o ESP, sistema de controle de estabilidade que já existia para o Stilo e evoluiu no Bravo. A idéia era reproduzir a situação de um desvio rápido, como se uma carga, por exemplo, caísse de um caminhão, ou a clássica cena da velhinha aparecendo “do nada” para atravessar a rua. A mais de 100 km/h, era necessário desviar bruscamente para a esquerda e logo para direita. Dois golpes no volante que certamente fariam a traseira ultrapassar a dianteira. Mesmo com o reflexo de manter o pedal do acelerador pressionado, para (tentar) evitar a rodada, o sistema assume o controle do carro, freia uma das rodas e o devolve à trajetória. Um verdadeiro “anti-braçadas”!
A versão avaliada também é interessante internamente. O painel tem forração parecida com fibra de carbono, carpetes têm logotipos da versão esportiva e os bancos podem ter couro ou tecido especial — assim como volante e manoplas de câmbio e freio de mão. Os bancos dianteiros são semi-concha, com diversas regulagens, e garantem ótima posição de dirigir, independente do tamanho do motorista.
O sistema multimídia, por exemplo, revela tela de cristal líquido de 6,5” e pode ter várias funções, inclusive um navegador de fábrica, chamado Rádio NAV. Conexões para vários tipos de mídia também estão no kit, além de um subwoofer no porta malas. Da lista de equipamentos e acessórios do T-Jet, vale destacar o Hill Holder, um sistema para segurar o carro em largadas de ladeiras, faróis dianteiros escurecidos, ponteira de escape dupla, pinças de freios pintadas em vermelho e um kit aerodinâmico externo para identificar a versão. Sem dúvidas, o Bravo possui vários atrativos. Resta saber se ele vai fazer o coração do comprador bater mais forte.
Turbo de fábrica
O T-Jet pode ser a mais atraente das versões (pelo menos para nós da FULLPOWER). Mesmo assim, sua parcela nas vendas do Bravo deve ser pequena. Quem deve aparecer em peso nas ruas são a Essence e a Absolute. Elas vêm equipadas com o motor flex E.TorQ 1.8, 16 válvulas, que rende 132 cavalos e 18,9 kgfm quando abastecidos com etanol. A transmissão pode ser mecânica de cinco marchas ou a automatizada, Dualogic. De série, têm muitos equipamentos para enfrentar a concorrência da categoria chamada C2 — composta pelos médios mais “chiques”, como Hyundai i30, Citroën C4, Ford Focus e Chevrolet Vectra GTX, por exemplo, donos de aproximadamente 6% do mercado. Depois de ter gasto entre R$ 55 mil e R$ 65 mil para adquirir um Bravo (o T-Jet ainda não tem preço definido), a Fiat chama para revisão a cada 15.000 km e dá garantia de 2 anos para o modelo.